Campina do Monte Alegre, Fontes para Genealogia

Introdução
Campina do Monte Alegre, situada no sudoeste paulista, é uma cidade que encanta não só por sua paisagem serena, mas também por suas raízes históricas profundas.
Embora seja mais conhecida pelas belezas naturais do que pela tradição musical, sua história e instituições oferecem caminhos valiosos para pesquisas genealógicas.
Além disso, eventos locais revelam a identidade cultural do município, especialmente quando se observa suas origens e a memória comunitária preservada ao longo das gerações.
Um Pouco de Contexto
A região surgiu originalmente como parte das terras de Angatuba, transformando-se em distrito em 18 de fevereiro de 1959 e, posteriormente, evoluindo à condição de município em 30 de dezembro de 1991, com instalação oficial em 1º de janeiro de 1993. Além disso, o distrito de Salto foi criado em 1996, integrando-se ao território municipal.
A história local possui duas versões marcantes:
- Versão oficial: relacionada às sesmarias da família Aranha, a partir de 1800.
- Versão folclórica: envolvendo a descoberta de uma imagem de São Roque por Onório Gomes, o surgimento de uma capela e o povoado conhecido como “Terras de São Roque”, posteriormente chamado “Campina dos Aranhas”. A cidade recebeu seu nome atual em referência à paisagem encantadora, “o monte alegre”.
Além de suas origens, a região foi palco da Revolução de 1932 e possui relevância histórica adicional devido à Fazenda Cruzeiro do Sul, local onde ocorreu um esquema de trabalho escravo infantil vinculado à Ação Integralista Brasileira (AIB). Esse episódio é retratado no documentário Menino 2.
1) Patrimônio Cultural e Expressões Musicais
Embora Campina do Monte Alegre não seja tradicionalmente conhecida pela música como Tatuí, ela possui identidade cultural própria através de festas religiosas e comunitárias, especialmente em torno de sua igreja matriz e eventos locais.
A cidade honra sua memória também através de narrativas históricas e de preservação dessas expressões culturais, que muitas vezes são registradas em jornais locais e crônicas.
2) Centro Histórico
O núcleo urbano cresceu em torno da Capela de São Roque, sede das primeiras atividades religiosas e sociais. As ruas do centro, casario antigo e a paisagem circundante formam um cenário ideal para quem pesquisa antepassados, pois revelam laços familiares, comércio e eventos comunitários registrados em jornais, atas e documentos públicos.
3) Fontes e Instituições para Pesquisa Genealógica
Para quem busca reconstruir trajetórias familiares em Campina do Monte Alegre, estas são as fontes essenciais:
- Paróquia de São Roque – Igreja responsável pelos registros sacramentais (batismos, casamentos, óbitos). Ideal para pesquisar grafias variantes de sobrenomes, padrinhos, datas e locais.
- Cartório de Registro Civil e Notas – Localizado na Rua Santo Antônio, nº 26, atende a cidade e é fundamental para certidões civis, escriturações e atos notariais.
- Cemitério Municipal – Importante para registros de óbitos, datas e relações familiares, especialmente quando agrupadas por divisão de jazigos ou famílias.
- Museus, Arquivos Públicos, Biblioteca e Prefeitura – Embora não haja museu específico conhecido, a Prefeitura Municipal pode direcionar a fontes locais como jornais antigos, memorialistas, fotos e eventos históricos (inclusive cronologias oficiais sobre a fundação via sesmarias ou capela). A seção “Histórias e Curiosidades” no site oficial pode indicar caminhos ainda mais específicos.
- Centros FamilySearch e Comunidades Online – Podem existir canais virtuais ou centros de história familiar que auxiliaram pesquisas sobre famílias tradicionais.
4) Onde Pesquisar a Família em Campina do Monte Alegre
- Igreja Paroquial (São Roque) – registros sacramentais.
- Cartório Civil e de Notas – documentação formal e certidões.
- Cemitério – lápides e registros de falecimentos.
- Prefeitura, arquivos e possíveis coleções históricas (jornal, fotos, atas) – contexto social e visual da cidade.
- FamilySearch / Institutos Genealógicos – apoio em rede e digitalização de registros.
5) Roteiro Sugerido (para pesquisador de um dia)
Manhã
- Visita à Paróquia de São Roque → pesquisar registros sacramentais.
- Passeio pelo centro histórico – observar casarões, arquitetura e até nomes gravados no entorno.
Tarde
- Cartório de Registro Civil e Notas – certidões de nascimento, casamento, óbito, escrituras.
- Consulta na Prefeitura sobre arquivos históricos, jornais antigos e registros de datas importantes.
Fecho do Dia
- Organizar documentos, anotar variações de nomes, datas, fontes e planejar buscas futuras (como genealogias familiares, cemitérios, arquivos em Angatuba ou instituições regionais).
6) Dicas Práticas
- Anote variações de grafia nos sobrenomes.
- Documente cuidadosamente: fonte, data, local, página/fólio.
- Fotografe registros (com permissão), nomeando os arquivos com clareza.
- Crie um arquivo cronológico para cada indivíduo: datas de registros, locais e relações.
- Consolide fontes múltiplas: cruzar dados entre igreja, cartório, cemitério e imprensa local fortalece a pesquisa.
7) Legenda e Fechamento
Campina do Monte Alegre, com seu nome poético e história cheia de nuances — das lendárias sesmarias aos episódios violentos e simbólicos da Fazenda Cruzeiro do Sul — é um desafio e uma promessa para genealogistas. Essa cidade, ainda assim pequena, preserva em sua memória coletiva os laços que tecem gerações.
“Cada registro e cada nome encontrado não é apenas uma nota documental: é um fragmento de vida, de memória e de união com o passado campino monte alegrense.”